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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Landscape of Port Lligat - Salvador Dalí

Um barqueiro sábio sob a luz das 11 horas me indicou a direção através de uma faixa anil e algumas flores que havia no meu caminho. Contou-me que dois seres alados descarregavam água do mar do Céu Azul.
"Tome um pouco dessa água vida com as suas mãos" - disseram me os seres. Peguei um pouco, tomei a água com as minhas mãozinhas e sai.
Descobri que para tomar vida é preciso abrir cada vez mais as mãos, para podermos tomarmos ainda mais e até mesmo abrir mão do que temos para receber mais e mais vida. Hoje essa água flui no meu corpo e me faz viva, viva.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Domingos

Hoje eu me perguntei sobre o que há nos Domingos.Acho que é o dia que a gente mais desacelera da semana e entra em contato com a gente mesmo, mas com aquela nossa parte mais triste.Será que simplesmente entrar em contato com a gente seja mesmo uma coisa triste? Ou será que a gente é sempre triste e só nos silêncios dos domingos isso vem a nos revelar? Não sei.Pode ser também que haja uma conjução entre os planetas no Céu, que traga uma aura de tristeza a nós humanos, mais nostálgica, porque não sou somente eu que sente isso, eu sei.Ou pode ser simplesmente o silêncio das ruas, o gemido das mulheres nuas, o barulho das correntes das bicicletas, aquele tempo morto, o céu sempre limpo, o meu pobre coração no limbo. Aquelas nuvens onde cabem todos os nossos sentimentos e pensamentos e que nos transportam para um tempo distante, trazendo a lembrança de alguém: como um canto infinito de um pássaro que se perde ao longe.