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sábado, 4 de dezembro de 2010

A curva

Quando me vejo pensando na morte, a única coisa que me conforta ao pensar é que a vida talvez seja uma passagem, mesmo.Que ela é breve, e que então por isso, não adianta me apegar à muitas coisas.
Falamos sempre em apego material, mas hoje falo aqui do apego à outras coisas.O apego à dor.O apego à tristeza, às dificuldade,à raiva, ao futuro, à glória, ao sucesso,às expectativas, enfim, às falsas idéias sobre nós mesmos e sobre a vida.Penso que o apego gera uma certa vibração mental, ao qual ficamos presos e no qual construímos nosso mundo, escravizando a nós mesmos.Esses pensamentos e sentimentos existem e eles me causam muito sofrimento, por conta da minha simples e inexorável condição humana. O sofrimento por natureza é genuinamente egoísta, ele dói mesmo naquele ponto e só.Ele grita, corrói, extravasando toda a nossa dor em lágrimas. 


Por muito tempo, um grito de dor, foi a única voz que eu fui capaz de ouvir.Mas aos poucos tenho ouvido outras vozes no meu inteiror, e na cura da minha dor, a tarefa que tenho exercido é escutar essas outras vozes.A voz da coragem, a voz da luta e da força.E essas vozes tem de ser escavadas nos escombros das nossas almas nas mais corajosas expedições internas. 

Penso que é por aí que o amor tem entrado em mim, tenho deixado uma luz entrar.Tenho me permitido ser afetada e tenho afetado o outro com o melhor que tenho de mim, e essa tem sido a forma como eu tenho existido no mundo.Sei que muitas vezes o melhor de mim é muito pouco, ainda que verdadeiro; sendo tudo o que eu tenho a oferecer. 
A emoção tem estado presente nos meu relacionamento.Isso me faz sentir renascida a cada instante. Tenho olhado todo dia, esse mesmo mundo, as mesmas pessoas, com olhos diferentes.Os meus dias tem sido mais sagrados


Sinto a vida me convidando a aceitar seus desígnios com o meu mais honrado consentimento. Quero um dia poder dizer com propriedade que, de fato, aceitei à tal convite.
Por fim, cabe e está ao alcance de todos nós acreditarmos que podemos sim, ser uma imensidão, um infinito de possibilidades, enxergarmos a vida num espectro maior, sendo capitães de nossas almas.Temos todos dentro de nós uma semente, a semente da potência, de que somos capazes e que o mundo precisa de nós.Cabe a nós cultivarmos e batalharmos por isso, com a força que brota de uma fonte que reside no fundo dos nosso corações.A força que para mim, é mais poderosa que existe no universo.Essa força benevolente que me une comigo e com você agora, em comunhão, chamada Amor.

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